Herança espiritual

O que seria de mim, se não fosse a herança afetiva e espiritual que herdei dos meus pais. Tive a graça de conviver com eles; eram “eternos namorados”. Amavam-se muito e aos sessenta anos de vida conjugal não tinham vergonha de manifestar ternura e atenção um para com o outro. Acredito que essa graça veio de uma vivência cristã viva em todas as situações, onde sempre prevalecia a confiança no socorro de Deus. Nossa família cresceu assim: meu pai era de oração silenciosa, devoto de Nossa Senhora Aparecida e do Anjo da Guarda. Minha mãe se agarrava à Palavra de Deus, era intercessora fervorosa e contava com um amigo intercessor poderoso: Santo Antônio de Pádua. Muitas pessoas o conhecem como o santo casamenteiro, mas, afinal, quem foi Santo Antonio de Pádua ou de Lisboa? Ele foi um grande pregador das massas, agraciado com o dom de milagres. Percorria cidades e castelos, aldeias e povoados, evangelizando. Sábios e ignorantes o admiravam, pois todos ficavam tocados com seus ensinamentos tão práticos e tão simples. Sua pregação era entusiástica, inflamada pelo amor de Deus e de zelo pelas almas; era um amor tão grande que fazia com que ele tivesse extraordinário poder de convicção; além do mais, sua vida estava em perfeita consonância com o que pregava, pois buscava ardentemente ser santo. Sua pregação era acompanhada de carismas e milagres extraordinários, com grande testemunho do povo. Vivia em contínua união com Deus e procurava por todos os meios transmitir aos outros a fé pregada no modo de viver, e foi o que ele fez sem esperar retribuição.

Viveu para o próximo, para o sacrifício, na fé e no poder de Deus. Morreu muito jovem porque gastou as suas energias por amor ao povo e ao seu ministério. Era apóstolo do Evangelho e estudioso das Sagradas Escrituras. O grande mérito de sua vida foi ensinar que “não basta conhecer a Palavra de Deus. É preciso amá-la, vivê-la e morrer por ela”. Conhecendo a vida de Santo Antônio, sentimo-nos provocados a uma vida mais humana, menos egoísta, doada aos outros, com profunda confiança de que Deus é poderoso para salvar e está sempre pronto para atender a oração dos humildes.

Através da minha mãe, aprendi a amar e a pedir a intercessão de Santo Antônio. Nós o temos como o santo amigo da nossa família, responsável pelas lindas conversões e os grandes milagres que experienciamos, e que humanamente seriam impossíveis.

Rogai por nós Santo Antônio, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém