Canção Nova recorda os 40 anos da Casa de Maria em Queluz (SP)
Monsenhor Jonas sempre teve “ardor pelas almas”. Desde padre novo, dedicou-se inteiramente aos jovens. Após passar por uma séria enfermidade, foi transferido da capital de São Paulo para Lorena (SP), onde viveu a experiência do batismo no Espírito Santo. Em maio de 1977, organizou o primeiro Maranatha para moças, na Casa de Maria, em Queluz (SP).
Ele nos conta que foi sendo treinado a confiar no impossível:
“Começou quando consegui uma Fazenda em Areias (SP). Por três anos, o senhor Gandur Zeraik nos cedeu o espaço para realizarmos retiros”, afirma o sacerdote. Só que as condições precárias da estrada nos levaram a procurar outro lugar. Deus nos mostrava que era apenas o começo. Por meio da nossa equipe, ganhamos um terreno em Queluz (SP).
“Apressadamente, fizeram a doação de uma gleba de terra para dar início à construção da Casa de Retiros”, conta monsenhor Jonas que interpelou os proprietários Marinho Fabri e Dedé. Deus estava nos treinando a acreditar no sol, mesmo durante a noite.
Como iniciar se não tínhamos nada, nenhum recurso? Assim veio a construção da casa. Na noite escura, Deus nos levava a crer no impossível.
O engenheiro responsável por uma empresa de terraplanagem era namorado da filha de uma engajada na paróquia, dona Silva França. Partilhamos com ela a necessidade e, em poucos dias, chegaram as máquinas para abrir o terreno. Era Deus nos impulsionando na construção da casa, mesmo sem ter o dinheiro. Lembro-me que fizemos uma rifa, os prêmios seriam carros, moto e outros. Espalhamos os carnês entre conhecidos, mas, no dia do sorteio, não tínhamos conseguido vender muitos bilhetes.
Na situação, rogamos a Deus que o número vencedor do carro não tivesse sido vendido, mas a pessoa contemplada estava lá com o número. Impressionante: os outros sorteados não quiseram receber, alegando que compraram para ajudar a Canção Nova. Conclusão: compramos o carro, entregamos ao premiado e ficamos sem dinheiro.
Não desistimos, trabalhamos. Todos ajudavam: entre oração, vigílias e trabalho, a construção acontecia. Há quarenta anos, Deus está nos treinando: o que é impossível aos homens é possível a Deus.
Monsenhor Jonas nos ensina que, mesmo com as contrariedades, Deus o levava a acreditar e dizer bem alto: “Não vamos parar a construção, porque não se para uma obra de Deus”.
O Senhor continua a nos treinar, crer e confiar; agir e viver na fé segundo a ousadia do Espírito: “Não será com a força nem com o poder, mas sim com o meu espírito, diz o Senhor dos exércitos” (Zc 4,5).
Luzia Santiago
Cofundadora da Comunidade Canção Nova
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