Deus sempre nos espera

Este ano completam-se quarenta anos que livremente entreguei minha vida a Deus através do meu encontro pessoal com Cristo. A partir daí, nunca mais fui a mesma, pois a luz de Deus penetrou na minha alma, recebi a graça da efusão do Espírito Santo e, com essa graça, um grande ardor pela oração de intercessão e um anseio profundo em viver o dom da caridade.
Ao longo desses anos, fui assistida espiritualmente por Mons. Jonas, que foi me dirigindo no caminho para Deus. Recordo-me de uma música que ele nos ensinava: “Da minha vida, quero fazer uma oração, da minha vida, quero fazer um só louvor; da minha vida, quero fazer um ato de amor, para louvar, amar e servir meu Senhor”. Essa melodia define os meus passos e o da Canção Nova, pois procuramos cultivar sinceramente a nossa relação com Deus através da oração pessoal e comunitária.  
 
Em nossos primeiros anos, ao nascer os nossos princípios de vida, Monsenhor nos definiu: “Jesus, que se entregou totalmente ao anúncio do Evangelho, orava sem cessar, buscando ocasiões para entrar em profunda intimidade com o Pai. Ele quer que façamos o mesmo: obedientes a Jesus, e a seu exemplo, queremos fazer da oração o centro e a fonte da nossa vida e do nosso trabalho” (N.E 26).

A vida de oração é uma via íngreme, mas nos conduz à perfeição. Na Canção Nova, temos a Eucaristia como centro da nossa vida e a Palavra de Deus como luz para tudo o que realizamos. Ela nos forma, nos adestra para o combate e nos garante a vitória. Além dessas duas colunas espirituais, há outras práticas de piedade que nos levam à intimidade com Deus: uma delas é a oração das 15 horas, onde lembramos que seguir Jesus é tomar a cada dia o caminho da cruz, por isto neste momento nos unimos pela oração a tantos irmãos que percorrem o seu caminho do sofrimento. O Monsenhor tem dito à Canção Nova:
“O próprio Senhor quer infundir em nós a Sua Divina Misericórdia para termos os mesmos sentimentos do seu coração misericordioso. Assim, cada um de nós e todos formaremos um só corpo, e seremos o Grande Santuário da Divina Misericórdia, para acolher todos aqueles que o Senhor atrair. Levaremos sua Misericórdia a todas as pessoas e lugares onde ela precisa chegar”.

Esta é a dimensão do abraço de Deus, o Pai das Misericórdias: Ele acolhe o filho pródigo em que circunstâncias forem, para fazer a obra nova no seu coração. Esse filho é cada um de nós, e da nossa parte basta: Pai, eu estava longe, mas voltei!