Neste mês, ouviremos de alguma forma falar sobre a saúde. Não é desconhecido que ao longo da história da humanidade o saneamento ambiental tem sido o instrumento mais eficaz para a promoção da saúde. Água potável, ambiente e alimento saudável são constituintes da saúde pública. E esta é instrumento para o desenvolvimento social e econômico, e está intimamente relacionada à educação, higiene, habitação e à dignidade da pessoa.
É de primordial importância o saneamento ambiental, principalmente nas camadas menos favorecidas da população, os mais pobres e carentes. Mas apesar de todos os esforços e sucessos já realizados neste campo, não esqueçamos que a doença faz parte da história do ser humano.
Frei Patrício Sciadini diz que, a cada dia, vencemos uma doença e aparecem outras que vêm de longe, carregadas não nas nossas malas de viagem, mas bem acomodadas dentro de nós ou escondidas na nossa roupa, invisíveis aos olhos humanos, como a febre suína que, sozinha, coloca todos os aeroportos e países em estado de alerta máxima. E ela quase rindo de nós, passa tranquilamente pelos aparelhos mais sofisticados do planeta.
Na Bíblia, são numerosos os salmos em que o orante enfrenta as enfermidades da alma, o pessimismo, a doença, o grito e o gemido de quem está mergulhado no sofrimento. Como não lembrar os salmos que nos falam que o corpo é uma chaga, os ossos já juntados à pele? É grito de dor que corta o coração. Quem não se recorda das palavras do padre Léo no seu último apelo “Buscai as coisas do Alto”, no Hosana Brasil de 2006, quando ele nos falou de forma tão dramática da sua doença e testemunhou que foi por meio dela que ele foi se despindo de si mesmo e se rendendo à vontade divina?
A doença nos obriga a renunciar a nossa autonomia, capacidade, autossuficiência e a nos colocar nas mãos dos outros. Ela nos humilha e, ao mesmo tempo, se for acolhida à luz da fé, mostra o amor de Deus por nós nas pessoas que cuidam da nossa saúde. A doença nos faz dependentes de Deus.
Precisamos aprender a procurar médicos e remédios adequados sem esquecer que saúde é a plena harmonia entre o físico e o espiritual. Somos chamados a viver intensamente com a visão da eternidade.
Os santos adoecem como todos os outros, mas reagem de forma diferente, porque percebem que a dor e o sofrimento são caminhos de união íntima com Deus.
Não estamos sozinhos, Jesus caminha conosco, nos cura e torna-nos capazes de carregar os nossos fardos.