Na Exortação Apostólica “A missão da família no mundo de hoje”, nosso saudoso Papa João Paulo II fala-nos da vocação dos pais, dizendo: “É necessário que as famílias do nosso tempo tomem novamente altura! É necessário que sigam a Cristo”.
A Igreja conhece o caminho pelo qual a família pode chegar ao coração de sua verdade profunda, porque ela acredita que o futuro da humanidade passa pela família. Educar a família para a oração é elemento fundamental e insubstituível. Só rezando em família, o pai e a mãe entram na profundidade do coração dos filhos, deixando marcas que os acontecimentos futuros da vida não conseguirão fazer desaparecer.
A oração familiar tem uma característica particular, é uma oração feita em comum, marido e mulher juntos, pais e filhos juntos. Aos membros da família cristã, cumpre-se de modo particular a promessa da presença de Jesus: “Eu vos digo: Se dois de vós se unirdes, na terra, para pedir qualquer coisa, meu Pai que está nos Céus a concederá. Pois onde estiverem reunidos em meu nome dois ou três, eu estou no meio deles” (Mt 18,19-20).
Alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimentos e festas, aniversários natalícios e de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas: o amor de Deus acompanha todos os momentos da história familiar, como tempo favorável de ação de graças em confiança incondicional a Deus, que é o Pai de todos.
Paulo VI, dirigindo-se aos pais, pergunta: “Mães, ensinais aos vossos filhos as orações dos cristãos? Habituais-vos, quando enfermos, a pensar em Cristo que sofre? A invocar o auxílio de Nossa Senhora e dos santos? Rezais o terço em família? E vós, pais, sabeis rezar com vossos filhos, com toda a comunidade doméstica, pelo menos algumas vezes? O vosso exemplo, na retidão do pensamento e da ação, regada com a oração comum, tem o valor de uma lição de vida, de um culto doméstico, e levais paz às paredes de sua casa. Recordai: desse modo construís a Igreja!
Quando o encontro familiar se transforma em tempo de oração, seja o Rosário a vossa expressão frequente e preferida”. A verdadeira devoção à Virgem Maria alimenta a comunhão de amor da família e desenvolve a espiritualidade conjugal e familiar. A leitura e meditação da Palavra, a bênção da mesa e outros meios devocionais estreitam os laços familiares em uma contínua comunhão com Deus. É o Espírito Santo que anima a oração cristã, responde às diversas exigências e situações da vida de quem se volta para o Senhor.
Para a família ainda é preciso alargar sua oração ao âmbito social. Disso surge a necessidade de uma participação progressiva de todos os membros da família cristã na Eucaristia, sobretudo nos domingos e festas litúrgicas e nos outros sacramentos, em especial na iniciação cristã dos filhos.