Cerca de duzentos anos após o nascimento de Jesus, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por vota do ano 350 d.C., a Igreja aumentou esse tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
Quaresma é o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do Cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa.
Na Quaresma, que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. Esse período nos é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. É um tempo de maior aproximação de Deus. No tempo quaresmal somos convidados para fazer uma comparação entre nossa vida e os Evangelhos. Essa comparação significa um recomeço, um renascimento espiritual e pessoal. Somos convidados para intensificar a prática dos princípios essenciais de nossa fé com o objetivo de sermos pessoas melhores e proporcionar o bem a todos.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, no qual nos recolhemos na oração e na penitência para prepararmos o espírito para o Cristo vivo e ressuscitado, no Domingo de Páscoa. Retomando a nossa espiritualidade renascemos com Cristo. A cor litúrgica desse tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão; eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário para seguir.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, paz e amor em toda a humanidade. É um tempo de profundo recolhimento para uma maior intimidade com Deus. Talvez, você já esteja se perguntando qual será a penitência que o Espírito Santo o inspirará nesta Quaresma. Ore e Ele falará.
Uma das formas de penitência do tempo quaresmal é o jejum, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A Igreja propõe essa prática como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de nos educar e de nos fazer perceber que o único essencial para a nossa vida é Deus. Dessa forma, se justifica as demais abstinências que fazemos neste belíssimo tempo litúrgico. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Pela lei da Igreja, ele é obrigatório nesses dois dias. Porém, podem ser substituídos por outros dias conforme a necessidade individual de cada fiel.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela Igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e revertê-lo na prática da caridade e do bem. Os sacrifícios podem ser escolhidos livremente.
No Brasil, durante esse período, a nossa Igreja realiza a Campanha da Fraternidade, que tem o objetivo de despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo em particular os cristãos na busca do bem comum; educando-os para vida em fraternidade a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho, em preparação para a Páscoa. Também como riqueza para esse nosso tempo litúrgico, através da Canção Nova, Dom Alberto Taveira, nos propõe o “Retiro Popular”, que neste ano apresenta o tema: “Cristo, nossa paz”. Um maravilhoso roteiro para nos conduzir dia após dia à Páscoa do Senhor!
Supliquemos ao Divino Espírito Santo que nos conduza, neste tempo, a uma profunda conversão interior e nos transforme em homens e mulheres novos segundo a vontade de Deus.
Luzia Santiago
Cofundadora da Comunidade Canção Nova