Pratiquemos o bem enquanto temos tempo

Gosto do mês de junho por muitas razões: por causa do início do inverno no Brasil e pelo dia do Papa, dia 29, onde me lembra a Igreja de Nosso Senhor. Ainda temos a festa do Sagrado Coração de Jesus, que nos desperta e nos impulsiona a irmos ao encontro das necessidades, daqueles que precisam ser aquecidos em suas carências e frieza espiritual, e os que no seu corpo sofrem com o frio, próprio do inverno. Por isso, são de grande importância as iniciativas de solidariedade, entre elas, a campanha do agasalho, que beneficia tantas pessoas que não têm roupas para se agasalhar.
Pela graça do Espírito Santo derramado em nossos corações, recebemos a força interior, que nos leva a amar os nossos irmãos com gestos concretos, como Cristo nos amou. Nesse dinamismo do Amor de Deus, “enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas principalmente para com os irmãos na fé”. (Gl 6,10).
Nós cristãos somos movidos a abraçar todas as criaturas, porque a Igreja é a família de Deus no mundo, e “nesta família não deve haver ninguém que sofra por causa do necessário”. (Deus é Amor – Bento XVI).
No início do cristianismo, Tertuliano, um grande escritor cristão, disse que: “A solicitude dos cristãos pelos necessitados de qualquer gênero suscitava a admiração dos pagãos” e, no momento presente, não deve ser diferente.
A caridade jamais acabará, por isso, Jesus, na parábola do Bom Samaritano nos manda acolher o necessitado seja ele quem for. “O modelo oferecido pela parábola do bom samaritano, a caridade cristã é, em primeiro lugar, simplesmente a resposta àquilo que, em determinada situação, constitui a necessidade imediata: os famintos devem ser saciados; os nus, vestidos; os doentes tratados para se curarem; os presos visitados.” (Deus é Amor – Bento XVI).
As organizações cristãs devem fazer o possível para colocar à disposição dos necessitados os seus meios. A atividade caritativa cristã deve ser independente de partidos e ideologias. Não é um meio de mudar o mundo de maneira ideológica, nem estar a serviço de estratégias mundanas, mas é desdobrar-se no amor de que o homem sempre precisa. O amor é gratuito e não é realização para alcançar outros fins.
O amor é o maior e melhor testemunho em que acreditamos e pelo qual somos impelidos a servir. A exemplo de Jesus, acalentemo-nos uns aos outros com gestos concretos de caridade: “Como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou”. (Jo 13,1). Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar!
Luzia Santiago