Ano novo, novas expectativas e, no coração, muitos sentimentos diferentes, entre eles as lembranças
Quem de nós já não se recordou, nas festas comemorativas de fim de ano, de um ente querido com aquele anseio de tê-lo bem perto, mas ciente de que já se foi ou se encontra distante. Essa vontade de estar perto tem nome: saudade.
Pois bem! Não é à toa que, neste mês, no dia trinta, comemora-se o dia da “saudade”. Como eu sinto saudade! Mas o que vem a ser esse sentimento que todos nós temos, mas somente na língua portuguesa existe a definição? É uma palavra que serve para definir o sentimento da falta de alguém, de algum momento ou lugar. Mas independente de quem quer que seja, raça ou nação, é do ser humano sentir saudade, como define Mário Quintana: “Solidão na penumbra do amanhecer, via você na noite, nas estrelas, nos planetas, nas matas, no brilho do sol e no amanhecer, via você no ontem, no hoje, no amanhã… Mas não via você no momento. Que saudade…”.
São Paulo, em suas cartas, manifesta seus sentimentos por aqueles a quem dedicou afeto. Em Filipenses 1,8 e 4,1, ele partilha: “Deus é testemunha de que tenho saudades de todos vós com ternura do Cristo Jesus”. “Portanto, meus irmãos, dos quais sinto tanta saudade, minha alegria e minha coroa continuais firmes no Senhor, ó meus queridos!”.
Na verdade, quem tem saudade quer voltar no tempo para resgatar o sentimento de afeto retido no coração, com anseio de tocar na realidade que já se foi.
Nelsinho Corrêa, membro da Canção Nova, não deixa de cantar este sentimento:
“Só se tem saudade do que é bom
Se chorei de saudade não foi por fraqueza
Foi porque eu amei…”
Creio que todos nós já sofremos de saudade. Podemos até negar e dizer: “Eu não, eu não sinto isso”. Não é feio chorar de saudade, podemos nos permitir sentir nossas verdades e assim tomar a nossa vida nas mãos, por mais dolorosa que tenha sido nossa história ou maravilhosas as experiências de amor com quem partiu para não mais voltar.
Meu desejo, neste ano, é que consigamos entregar o nosso passado e as lembranças nas mãos de Deus que tem saudade de nós.
Quando o ano termina, fica a saudade, as lembranças; e quando ele começa, surge a esperança de que dias melhores virão. Faço minhas estas palavras: “Saudade é isso que sinto ao escrever, e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois de ler este texto”.
A saudade sempre existirá, a não ser que deixemos de amar.