Como está minha fé?
Jesus, um dia, perguntou aos seus: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 8,8b). Tudo indica que será um pequeno resto que conseguirá professar sua fé em Deus. Daí a importância de crescermos na fé como os apóstolos, mártires e santos que nos antecederam, como São Tomé, lembrado no dia 3 de julho. Ele foi um dos doze apóstolos chamados por Jesus. Era judeu, da Galileia, provavelmente pescador, de um temperamento melancólico, pessimista e para quem tudo tinha que ser muito bem esclarecido.
Na primeira vez que Jesus ressuscitado apareceu aos apóstolos,Tomé não estava, por isso não acreditou, a ponto de declarar: “Se eu não vir suas chagas e não as tocar, não acreditarei” (Jo 20,24). Oito dias depois, tendo o Senhor aparecido novamente, Tomé estava com eles. “As portas estavam fechadas, quando Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’ Tomé, se dobra, toca as chagas do Senhor e, por primeiro, professa a divindade de Jesus: Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,26-28).
A incredulidade de Tomé transformou-se numa das provas mais contundentes da ressurreição de Jesus, pois foi atestada por um cético, alguém que não acreditava.
São Gregório Magno diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo que, duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas chagas dele, curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.
Ele quis “ver para crer”. Tomé representa cada um de nós ao atravessarmos momentos de dúvida na fé. De outro lado, ajuda-nos a compreender que Deus não nos rejeita nas nossas incertezas, mas engrandece aqueles que “creem sem ter visto”.
Tomé, como todos os outros apóstolos, saiu para pregar o Evangelho. Ele anunciou a Boa Nova entre os partos, os medos e os persas. Foi ele quem levou o Evangelho pela primeira vez à Índia, onde foi perseguido por líderes religiosos e martirizado com lanças por sua efusiva pregação, que converteu muitos ao cristianismo. Os católicos de Malabar, na Índia, cultuam São Tomé há dois mil anos, onde existe uma fervorosa comunidade cristã.
Diante das provas que vivemos na nossa fé, convido a todos para rezarmos juntos em cada dia deste mês, nas diversas situações: “Meu Senhor e meu Deus!”
Luzia Santiago
Cofundadora da Comunidade Canção Nova
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